Canecão lotado aplaude a estréia da cantora



"Vestida com roupas largas, sentada e com os longos cabelos ruivos e cacheados em destaque, a cantora Ana Carolina lembrava Luís XIV, o Rei Sol, ao comandar a massa que foi, anteontem, ao Canecão prestigiar a estréia de seu novo show, "Ana Rita Joana Iracema e Carolina". Em pouco mais de uma hora e meia, a cantora mineira - que permaneceu sentada devido a uma contusão em seu joelho esquerdo, causada por um acidente de carro - mostrou firmeza na voz em sucessos de seu primeiro disco e canções do segundo.

O show começou, com mais de uma hora de atraso, com o palco escuro e uma imensa foto da cantora, tirada da capa do disco, no centro do palco. Aos primeiros versos de "Dadivosa", a foto foi retirada, revelando Ana Carolina, sentada com o microfone nas mãos. Dos dois lados do palco estavam os músicos de maior destaque na banda, o baixista (produtor e diretor musical do show) Dunga à esquerda e o percussionista Da Lua à direita. Após o sample de Maria Bethânia que adorna a canção, Ana pegou um megafone e lembrou diversos nomes de mulheres. Além dos que dão nome ao disco, vários outros estavam escritos pelo cenário. Seguiu-se "Ela é bamba", no tom percussivo que embala as melhores composições da cantora, e o primeiro comentário jocoso a respeito da perna machucada:

- Vocês sabem porque eu estou assim, não é lipo.







Para manter o embalo, emendou dois dos sucessos de seu primeiro disco, "Trancado" e "Garganta", esta em uma versão mais marcada e pesada, que arrancou urros dos espectadores mais animados. A partir daí, o show foi marcado pelas novas canções, como "Que será" (o velho sucesso de autoria de Marino Pinto e Mário Rossi), "Joana", "A câmera que filma os dias" e "Eu nunca te amei idiota".

Ela também mostrou habilidade no pandeiro, principalmente no bis, que começou com "Escurinha", de Geraldo Pereira, emendada com "Armazém", uma das melhores canções de seu CD de estréia. Ela só não foi tão feliz ao repetir a chatinha "Quem de nós dois" no encerramento, na tradicional campanha pela venda do disco, como se a televisão já não martelasse o refrão dúzias de vezes por dia."

Fonte: O Globo

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