Uma voz marcante na MPB




Cantora chega de mansinho e conquista o público com seu carisma e voz potente

Essa doce mineira chegou de mansinho e logo foi conquistando seu espaço nas rádios e nas Tvs com seu jeito simples e sua voz potente. Seu primeiro CD estourou no mercado com mais de 160 mil cópias vendidas. O atual trabalho, em apenas duas semanas, era um dos mais vendidos no Rio de Janeiro e São Paulo. Estamos falando de Ana Carolina. Quem não se lembra de Garganta, hit que integrava a trilha da novela global, Andando nas nuvens, que a tornou conhecida na grande mídia? Isso sem falar num de seus sucessos mais recentes, Quem de nós dois, tema romântico da novela Um anjo caiu do céu, que ficou longo tempo no topo das paradas das rádios de todo país . Ana interpretou essa versão, da canção italiana La mia storia tra le dita, de Gianluca Grignani, com toda personalidade que a caracteriza.

Mas quem pensa que a mineira chegou rápido ao sucesso se engana redondamente. Nascida em Juiz de Fora, essa cantora, compositora, arranjadora, violonista e percussionista começou se apresentando nos bares de sua cidade e teve seus primeiros espetáculos produzidos pela atriz e cantora Zezé Motta. Sua voz de timbre grave chamou a atenção de Luciana de Moraes, filha de Vinicius, que resolveu apostar em sua carreira. Com isso, em 1999, Ana lançou seu primeiro álbum, "Ana Carolina", que teve como destaques, além da música Garganta (feita para ela pelo compositor Totonho Villeroy), as recriações muito pessoais (entre o tango e o blues) de Retrato em Branco e Preto (Tom Jobim e Chico Buarque) e Alguém Me Disse (de Evaldo Gouvêia e Jair Amorim).

Atualmente, Ana está com seu segundo disco, "Ana Rita Joana Iracema e Carolina" em pela divulgação. Como foi destacado nesta reportagem, Quem de nós dois é o carro-chefe deste CD, que conta com outros hits como Violão e voz - parceria com Adriana Calcanhotto - , Pra Terminar, Ela é Bamba, Confesso, entre outras. Um detalhe curioso é que quase todas as músicas do novo álbum levam sua assinatura em letras e arranjos. Vale lembrar também que a canção-título faz ainda referência a várias mulheres criadas por Chico Buarque.

Mas Ana Carolina não parou por aí. Disposta a alcançar a fama internacional, a cantora trabalhou durante os últimos meses na realização de seu primeiro CD em espanhol. Finalizado recentemente em um estúdio do Rio de Janeiro, o trabalho reúne versões latinas para os sucessos Quem de Nós Dois, Garganta e A Canção Tocou na Hora Errada. A intenção é também conquistar o mercado norte-americano. Tendo o brasileiro como o público primordial, Ana pega no batente novamente em novembro, para a gravação do seu terceiro álbum com músicas inéditas. O repertório em português será lançado nos início de 2003, pela BMG Brasil.

O sucesso chegou depressa e fez com que Ana Carolina se transformasse numa das vozes mais destacadas no cenário musical. Hoje ela se sente totalmente realizada ao seguir a carreira que escolheu e estar no processo de vender discos e fazer shows. Estivemos reunidos com Ana e realizamos uma entrevista bastante interessante com a cantora. Confira tudo sobre seu início de carreira, planos, próximos projetos, e muito mais!

1) Conte pra gente como foi seu início de carreira e as dificuldades que esbarrou para ter o reconhecimento na mídia e do público.


Bem, comecei com 18 anos tocando em pequenas casas e bares de Minas Gerais,com o acompanhamento de produção de minha empresária Luciana David.Tínhamos uma "Parati" e colocávamos no porta malas o equipamento de som e íamos viajando pelo interior,por cidades próximas.No decorrer de 5 anos foi dessa forma que me apresentei,sempre interpretando as canções que eu escolhia,sem atender a pedidos e com um tempo definido de show.A forma de trabalho nos permitiu levarmos o show até o Mistura Fina no Rio de Janeiro, de onde já obtivemos dois convites de duas gravadoras diferentes para lançamento do primeiro disco.E encurtando a história...Em poucos dias se deu a negociação de meu primeiro contrato com a BMG em 1998.

2) Na época que você começou a ficar conhecida na mídia com a música Garganta, tema de uma novela global, sua voz potente era confundida com Cássia Eller ou Zélia Duncan. Como você lidou com isso?

Da melhor maneira que existe,com naturalidade.As pessoas precisam de referência para o " novo "e assim se faz normal as comparações.Quando Chico Cézar apareceu era comparado a Caetano assim como Ivete Sangalo a Daniela Mercury.Hoje com o número de cópias vendidas dos meus dois discos ,assim como o volume de shows as comparaçoes se tornaram passado.


3) Seu primeiro trabalho vendeu cerca de 160 mil cópias e seu segundo CD Ana Rita Joana Iracema e Carolina é um dos mais vendidos atualmente no Rio e em São Paulo. Como é essa sensação de ver seu trabalho reconhecido nacionalmente?


Resultado de um trabalho sério feito com responsabilidade.O reconhecimento é fato, que bom que a cada dia que passa mais pessoas conheçam as minhas canções e sempre falo : música é para muita gente.

4) Fale pra nós sobre seu segundo trabalho, o CD Ana Rita Joana Iracema e Carolina e a relação com Chico Buarque em suas músicas.
Tenho o hábito de dizer que o segundo disco é uma continuação do primeiro.Com concepção e intenções parecidas.A grande diferença é que no segundo disco estou mais presente como compositora sendo 11 canções minhas.A homenagem a Chico Buarque está no nome. Todos nomes de mulher e de canções do compositor.Essa escolha aconteceu por ser um disco que fala do universo feminino e ninguém escreveu melhor sobre a mulher que Chico Buarque.

5) Quase todas as músicas do novo CD levam sua assinatura em letras e arranjos, isso sem falar nos instrumentos como violão, guitarra e pandeiro que você domina. Você se considera uma cantora completa?
Gosto de estar presente em todos os momentos da elaboração de um disco.Jamais fico em casa enquanto está sendo gravado um instrumento ou até mesmo na mixagem final,para mim só existe essa forma de trabalho e assim posso dizer que estou inteira em cada canção.

6) No início do ano você sofreu um acidente de carro no Rio de Janeiro, na qual resultou na imobilização de sua perna esquerda por um mês. Mudou alguma coisa em sua vida, depois desse susto?
Sim. Você passa a dar mais valor a pequenas coisas e relevar mais certas circunstâncias que antes pareciam tão graves.

7) Na sua opinião, como está o mercado musical atualmente?
Acho que tem muita gente ruim no mercado,mas os "produtos" ruins ainda assim só estão aí porque tem público para consumir.No entanto, se há algo que o Brasil faz bem é música, então só há motivo de orgulho de fazer parte da sigla MPB.

8) Para enfeitar o cenário do seu novo espetáculo, você escolheu fotos de três homens que influenciaram muito sua vida: Freud, Jackson do Pandeiro e seu tio Wilson. Conte pra gente a importância deles na sua carreira.

A brincadeira faz parte da direção do show,uma "porta" para falar sobre uma música de Carlinhos Vergueiro de nome "Procotolo", uma canção que comenta, de forma ilária, o jeito do brasileiro falar errado.Freud,Jackson e meu tio são figuras ímpares e influenciaram a minha vida cada um de uma forma diferente seja pela genialidade,musicalidade ou simplicidade.

9) Vem novidades por ai? O que o público pode esperar nos próximos meses da Ana Carolina?

Estou ainda em tournê e enquanto isso venho compondo e pensando na elaboração do terceiro disco.

10) Mande uma mensagem final pra todo seu público e para os que ainda não puderam acompanhar seu trabalho de perto

O que posso dizer é que ainda estou na estrada com o meu show do disco "Ana,Rita,Joana,Iracema e Carolina" e para quem já assistiu convido a voltar para conhecer as novidades e para quem ainda não foi,para ir conferir que "será um prazer recêbe-los" e ,quanto ao próximo disco, está sendo pensado com muita calma e critério com lançamento pré agendado para início de 2003. Um abraço a todos. Ana Carolina.

Reportagem de Marcus Vinicius Jacobson.
Fonte: MVHP






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