O show de surpresas de Ana Carolina

Autenticidade e interpretação. É assim que se define “Estampado”, show da cantora Ana
No palco do Claro Hall, 
Ana Carolina dividiu-se entre o
microfone, o violão e o pandeiro
Carolina que lotou o Claro Hall nos dias 20 e 21 de março. A alternância entre a guitarra e o violoncelo, o romantismo e o rock ‘n’ roll fez do show uma deliciosa surpresa. Em constante evolução como compositora e cantora, Ana Carolina está com mais um sucesso na boca do povo,Encostar na Tua (tema da novela “Celebridade”), que há várias semanas é uma das músicas mais executadas nas principais rádios do Brasil. Isso após o sucesso de Elevador (Livro de Esquecimento), primeira faixa de trabalho do disco, que também obteve grande repercussão.


Dirigido por Enrique Diaz e com direção musical de Ana Carolina e Dunga (baixista da banda dela), o show é repleto de projeções diferenciadas; de acordo com cada canção, imagens concretas, abstratas e palavras decoram a lona de caminhão que compõe o cenário. E com os arranjos não poderia ser diferente. O pandeiro, que já é histórico na carreira da cantora, ganhou mais destaque na versão da embolada Vox Populi (uma das faixas de Estampado), na qual Ana coloca músicos da banda tocando o instrumento junto com ela e deixando o povo doido pra sambar.
Em Vestido Estampado, outra faixa de Estampado, a cantora faz uma homenagem aos sambistas antigos, em uma versão com voz, violoncelo e isqueiro. Outro destaque do show, que deixou a platéia boquiaberta, é quando, na música 2 Bicudos (também de Estampado), Marcelo Costa (bateria) e Leonardo Reis (percussão) tocam de maneira sincronizada o cajon, uma espécie de caixa acústica.

“Eu gosto é de mulher”

O show de Ana Carolina demonstra a cumplicidade e a harmonia entre os integrantes da banda e a cantora. Aliás, dos músicos que gravaram Estampado apenas dois permanecem com ela: Dunga e o violoncelista Lui Coimbra (que deu um toque diferente ao hit Garganta com seu cello). A eles se juntaram, além de Marcelo Costa e Leonardo Reis, o guitarrista Vinícius Rosa e o tecladista Carlos Trilha (produtor do grupo Catedral).
Durante o espetáculo, Ana Carolina pareceu muito à vontade, pedindo, inclusive, dois minutos para tomar uma água por conta de tamanha emoção. Ela cantou sucessos de seus dois discos anteriores, como Garganta e Quem de Nós Dois, intermediadas por canções menos conhecidas do novo CD, que já ganhou disco de ouro por mais de 100 mil cópias vendidas (O DVD também ganhou o prêmio, por vender mais de 25 mil unidades). A cantora ainda fez uma versão voz e piano para Pra Rua Me Levar, música dela gravada por Maria Bethânia em Maricotinha.

Os dois momentos mais polêmicos da atual turnê são quando Ana Carolina canta a nova Beat da Beata e Eu Gosto É de Mulher, sucesso do Ultraje a Rigor nos anos 80. A primeira traz versos controvertidos como “Tem beata, tem sapata, tem frei pegando gay / Tem puta loirinha e tem mulata, paraíba surdo e japonês / Na boate, o bate-estaca, preconceito não vez / Vale tudo, é tudo certo, porque a razão é do freguês”, enquanto a segunda expõe a sexualidade da cantora.
Agora só resta esperar a novidade que Ana Carolina vai trazer na próxima turnê, porque desta vez, novamente, a versatilidade musical dela foi plausível. Não é qualquer um que compõe, canta, toca violão de cordas de aço e de nylon, guitarra, pandeiro...

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